Prof. Daniel Silva é entrevistado pelo jornal local La Tribune, em Sherbrooke (QC)!

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    No dia 3 de junho de 2009, o jornal La Tribune, cidade de Sherbrooke, publicou na sessão Atualidades, um artigo sobre o Encontro Internacional sobre a Gestão Integrada da Água, organizado pelo COGESAF no início deste mês. A reportagem contou com a participação especial do professor Daniel Silva, e ainda, do presidente do COGESAF, Jean-Paul Raîche e do secretário geral da Secretaria Internacional da Água, Raymond Jost. Segue uma tradução do artigo Tout passe par les communautés locales – Tudo passa pelas comunidades locais, de Denis Defresne.

     

    “SHERBROOKE – A solução para os problemas de erosão, de contaminação e de acesso à água, principalmente, passa por uma gestão participativa em que cada comunidade vê a implementação das políticas nacionais.

     

    Essa é a visão difundida nos diferentes atelies realizados ontem, 2 de junho de 2009, no Encontro Internacional sobre a gestão integrada da água, no Centro Cultural da Universidade de Sherbrooke.

     

    Em se tratando da Índia, do Brasil, da Costa do Marfim ou do Quebec, a receita parece ser a mesma.

     

    ‘A idéia é simples: nós mantemos as políticas nacionais em um nível local. Se o proprietário de 20 hectares de terra pode transformar sua cultura e produzir de maneira sustentável, o mundo poderá ser sustentável’, ilustra Daniel José da Silva, pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, do Brasil.

     

    ‘Existe um movimento social para a gestão da água no Brasil. Nós falamos de tecnologias sociais nas pequenas comunidades, onde o proprietário participa dos projetos e compreende o processo, por exemplo, da gestão das águas servidas’, complementa ele.

     

    Neste imenso país de cerca de 190 milhões de habitantes, 150 comitês de bacias hidrográficas estão trabalhando, sobretudo onde existem problemas de erosão, de contaminação ou de acesso à água (principalmente no Nordeste).

     

    ‘Nós desenvolvemos uma idéia de sinergia entre as leis que se aplicam às bacias hidrográficas (água, floresta, unidades de conservação, ordenamento do território, etc.). Essas leis, são elaboradas para um bem comum, como a água, e há a necessidade da participação da população’, explica Sr. Silva.

     

    No Quebec, os comitês de bacias devem se articular aos territórios administrativos e aos reflexos políticos.

     

    ‘Nós não encontramos a mesma abordagem territorial, o que tende a limitar a participação cidadã. As bacias hidrográficas não equivalem aos territórios dos municípios: por exemplo, a bacia hidrográfica do rio Saint-François atinge 12 municípios e três regiões (Estrie, Centro do Quebec e Chaudière-Appalaches)’, diz Jean-Paul Raîche, presidente do COGESAF (Conselho de Governança da Água da bacia do Rio Saint-François).

    ‘É necessário ver como os cidadãos, os organismos e as municipalidades irão tomar parte das decisões. Existem dois elementos novos: a gestão participativa nas bacias hidrográficas e a gestão dos ‘eleitos’ nos territórios administrativos’, explica ele.

     

    Raymond Jost, secretário geral da Secretaria Internacional da Água, defende também a gestão participativa.

     

    ‘É evidente: a água será sempre gerida no local, não importa os usuários. Você não poderá jamais impor nada, seja por leis, seja por multas, sem participação local’, crê.

     

    Este organismo internacional de Montreal é a origem da Carta de Montreal, um código ético da água. Ele é também a primeira rede interdisciplinar voltado à disponibilização de água aos pobres e à garantia de sua perenidade.

     

    ‘ Ocupar-se da água neste encontro, é uma maneira de integrar o nível internacional, uma vez que a água não tem fronteiras. Se nós chegarmos a gerir a água de uma forma que ela se conserve, e que todos os usuários se beneficiem, nós reduziríamos mais os problemas pois seríamos obrigados a respeitar o outro e a compartilhá-la’, defende Sr. Jost.”

     

     

     

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    Fonte: Jornal La Tribune, Sessão Atualidades, por Denis Dufresne. Sherbrooke, 3 de junho de 2009.

    Site: http://www.cyberpresse.ca/la-tribune/

    6 thoughts on “Prof. Daniel Silva é entrevistado pelo jornal local La Tribune, em Sherbrooke (QC)!

    1. A gestão integrada da água passa pela comunidade – comunidade que pode estar mais qualificada e empoderada para fazer uma governança totalmente participativa.
      Respeitar o outro favorece a divisão do bem comum que é água, e naturalmente sem imposição – democraticamente.
      A palavra no Quebec e no Brasil : PARTICIPATIVO.
      Xico

    2. é Xico, nós estamos em uma sintonia internacional que caminha com esta mesma percepção. Toda a água do planeta está conectada. Assim, vivemos de “mãos dadas” sobre este gigantesco sistema hídrico. A governança pretende expandir esta idéia às pessoas a fim de trabalharmos juntos, mediando as necessidades!

    3. Esse cafezinho da foto devia ta bom!!
      Xico, concordo com vc minha palavra pra essa entrevista é processo participativo tmb. Isso é um imperativo das Leis de desenvolvimento sustentável do Brasil. Aline, a idéia de conexão pela água é muito boa! O próprio Aqüífero Guarani nos conecta com 4 vizinhos da América do Sul de forma visceral! Se a água tiver algum metal pesado lançado em Urubici ou em outras áreas de afloramento do arenito (Zona de Recarga DIreta) isso pode prejudicar diretamente nossos hermanos!
      Xico, estou te devendo as fotos do campo na saida do canoas de urubici na divisa com rio rufino.
      A Cecile baixou no computador dela. Essa semnan falo com ela.
      Abrs!

    4. Olá!!!
      É isso aí!!!
      Gostaria de relembrar aqui, e com isso valorizar a idéia de que a PARTICIPAÇÃO SOCIAL é um FUNDAMENTO da nossa LEI. O Brasil está definitivamente à frente de muitos países em termos de legislação. Acredito, no entanto, ser preciso acrescentar a palavra TEMPO ao processo, pois uma lei que possui apenas 12 anos e representa um marco civilizatório, como a 9.433, precisa de tempo para auxiliar no processo de transformação de uma nação, rumo a construção de uma sociedade sustentável. Estamos à caminho gente, vamos lá!
      Abraços!

    5. É MUITO BOM SABER QUE NÓS EM UMA COMUNIDADE TÃO PEQUENA ESTAMOS FAZENDO A DIFERENÇA PARA QUE HAJA NO FUTURO UMA TRANSFORMAÇÃO NO PLANETA. PENSAMOS SER POSSÍVEL. COMO O PROF DANIEL DISSE O MUNDO PODE SER SUSTENTAVEL,BASTA CADA UM COMEÇAR DESDE DE CEDO E O CAMINHO AINDA É A EDUCAÇÃO.POIS SÓ PODEMOS TRANSFORMAR AQUILO QUE CONHECEMOS.

    6. Prof. Daniel Silva é um mestre da Pedagogia do Amor, meu irmão Araucária! Na Bahia, Projeto de Educação Ambiental Bahaia Azul ele deixou muit@s amig@s e parceir@s desta Possibilidade autopoiética! Saudades muitas!!!

      Ademario Ribeiro, seu irmão Licuri

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